Dicotomia do consumidor
Olhei para esta capa na livraria… que índice porreiro: a Mitologia, a Bíblia, a Europa, a Arte, a Literatura, filósofos, pensadores entre muitos que marcaram a diferença.
Que vontade de comprar! Que capa linda! Mas que desperdício… Acaba por estar na minha casa, mas para levar uma dedicatória e ser oferecido à minha melhor amiga.
Depois olho para a minha discografia, tenho muitos muitos CD’s acreditem, mas só no meu pc. Muitos cantores adorados, de todos os tipos, de todas as épocas, mas estão todos limitados a uns quanto GBytes que vão sendo debitados pelo meu leitor audio. E as capas? As fotos para fazer um CD? Estará o trabalho que tenho completo?
Ponho-me a pensar até que ponto sou justa para com o trabalho destas pessoas. Afinal, se tanto prezo a cultura e o trabalho do autor, que tipo de destino lhes dou ao ‘baixar’ tudo da Internet? Agora até já e-books e áudio-books se encontram…
Mas depois penso de novo, tudo aquilo que perdia se não tivesse este hábito, a vastidão de cultura e sensações em cada música, em cada série, em cada livro. Será possível, será razoável privar-nos de tanta cultura, por muita ética que pretendamos ter? Qual é o limite? A separação razoável?
Oiço no rádio o concerto da Norah Jones no Casino, o teatro no D. Maria, e penso que vou ser sempre pobre!! Se sucumbir à tentação de todos estes deleites dos sentidos, àquela viagem, àquela exposição ou concerto, nunca vou conseguir comprar um carro novo nem ter um apartamentozinho para mim...
Sei que são pensamentos extremos, mas são ideias que me 'apoquentam', que pretendo partilhar e receber outros pontos de vista, para elucidar estas minhas dicotomias...
Um abraço de longa data
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