Friday, June 08, 2007

Numa semana em Londres...

Podes aterrar no meio da cidade à 1h da manhã, sem saber onde estás nem para onde vais! Podes fazer um telefonema, apanhar um táxi e ver o London eye iluminado na noite a reflectir-se no rio Thames. Podes orientar-te pelas ruas e o mapa e encontrar um pseudo-amigo de longa data, informar-te da cultura local numa longa e saudosa conversa na cozinha duma residência de estudantes a beber uma cervejola.

Podes acordar e correr para o ultimo dia de uma exposição expressionista na National Gallery, ver Monet, Cezanne, Renoir e Seurat, podes ver Gaugain e Degas, Van Gogh e Picasso! Podes ver um monte de ingleses a almoçar no chão de relva do parque St. James, fazer-lhes companhia e treinar a tua destreza com a máquina fotográfica. Podes seguir a pé, procurando um autocarro e arrepender-te para o resto da vida, pois mal dimensionaste as medidas do mapa! Orientar-te entre os autocarros e descer o Soho a pé entre as 17 e as 19h. Podes ver os pubs cheios de gente na rua, colegas de trabalho paquerando as meninas, executivos de ténis vermelhos all-star, muitos copos e amizade, qual Bairro Alto às 6 da tarde!

Podes parar nos parques para descansar, comprar uns ténis na Oxford Street, passar a ponte e ver o Big Ben e o London Eye ao longe, tirar mais umas fotos, podes beber uma belga Stella Artois em frente ao National Theatre e relembrar com saudade os tempos de Erasmus, podes ver a loucura do futebol nas ruas. Apanhar mais um auto-bus para recolher bagagem e ter direito a uma noite descansada.

Podes acordar para mais um dia, que de tanto sol só convida a descansar, dormir na relva do Hyde Park, olhar os cavalos a galopar, cheirar as rosas, ver os cães pela trela, petiscar, esboçar o The Serpentine e a sua actividade. Podes voltar ao centro, admirar-te com o movimento frenético do Picadilly Circus, sem perceber por que raio aquela esquina é tão importante, podes apreciar casais de namorados na Trafalgar Square, reproduzi-los com o teu lápis, ler o London Paper que nos obrigam a segurar na mão. Podes regressar à outra margem por tanto a teres apreciado, fotografar no escurecer, beber mais duas imperiais, ouvir o homem que toca tão divinamente, apreciar os casais enamorados que se esperam ou se confortam, perguntar pela St. Paul Cathedral, encontrá-la, apreciá-la, fotografá-la, e correr de autocarro para o hostel, louca por usar um wc que as cervejas não perdoam!

Numa semana em Londres podes sentir que não fizeste muito mas sentires que precisavas desse descanso. Podes ficar-te pelo hostel a convite de um polaco nos seus 40 anos, que precisa de atenção e te oferece um café, podes dar uma de boa samaritana e sentir pena das jovens criaturas que perdem as horas sem fazer nada num hostel pois dizem que procuram emprego mas nem todos encontram na cidade das oportunidades. Podes apanhar uma seca descomunal ao mostrar a City a essa jovem alma que afinal parece que participou no Big Brother da Polónia e tudo o que precisa é alguém com quem falar a toda a hora, que o ouça, ele quer lá saber se há uma catedral, um museu ou uma ponte histórica! E eu lá perco um dia para aprender, a não me meter em confusões nem acabar a fumar no Hyde Park, com o olhar duvidoso para a beleza das nuvens, e a desejar correr aos pulinhos qual bailarina; como o mexicano que vai para uma rave e também sente um dejá vu ou écouter da conversa fiada que um polaco de 40 anos dá a duas francesas!

Sábado, dia de mercado, toca a visitar o Portabello Market e encontrar tudo o que pode ser antigo, musicas, cd’s, relógios, brincos, posters, caixas e caixinhas, tudo o que se possa imaginar! Cheio de gente e a estender-se por uma rua sem fim faço umas compras pequenas para os mais que tudo de Portugal e toca a andar, a Raquel me espera! Pego na mala, feliz por me livrar dum pequeno quarto de 4º andar que partilho com um mexicano, um polaco que ressona, um francês e um australiano. Por me livrar da dinamarquesa que se insinua ao neozelandês para fazer ciúmes ao mexicano, com quem já andou, mas que ela não conseguiu perceber que o sujeito prefere uma boa moca a uma boa miúda. Pois parto, para um extremo longínquo da cidade de autocarro, olho oNational History Museum, o Albert and Victoria, o Harrods e finalmente abraço uma amiga saudosamente dentro do autocarro 74!

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3 Comments:

Blogger Nuno Miguel Nunes said...

Espectacular! E que novela essa onde te foste meter, ao ler este post só me apetece zarpar para férias... para onde não sei, Polinésia Francesa? =P

2:48 AM  
Anonymous Anonymous said...

E a história continua..no famoso 74 que tanto jeito nos deu!Sem dúvida,gostei de te ter 'encontrado' em terras de Sua Majestade!Tempos q provavelmnt ñ se vão repetir..ou vão?Já temos as férias marcadas? :)Obrigado pela visita!! Beijinhooooo

1:54 AM  
Blogger Unknown said...

Estás a escrever tão bem ... devias dedicar-te mais a isto, aprender mesmo mais sobre escrita. Parabéns pelo artigo. É uma excelente descrição de Londres, identifico-me bastante.

8:22 AM  

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